sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Inaugurando o espaço de Artigos do Blog da Paralella, hoje o assunto é Psicologia do Esporte. Na primeira matéria escrita pelo "fera" do assunto, Laurent Abes, você vai aprender porque o Treinamento Mental é tão importante para o tênis e como usar isso a para melhorar o seu jogo.



A importância do treinamento mental no tênis

Muitos jogadores e treinadores falam que o tênis é um esporte mental. O jogador ex-número do 1 do mundo Jimmy Connors relata que, na sua opinião, o tênis é 95% mental. Mas, o que os especialistas de psicologia do esporte pensam disso?

Roddick e Connors: treinador acredita que tênis é 95% mental.

De acordo com Loehr (1990), cada esporte tem uma série de características mentais e físicas peculiares. Ele afirma que o tênis é um dos esportes mais difíceis de ser praticado, desde uma perspectiva emocional. Ele cita diversas razões pelas quais este esporte provoca tensões:

1) A partida é individual;

2) Não se pode pedir tempo;

3) O treinador não pode dar instruções, exceto em competições da Copa Davis;

4) O sistema de pontuação é independente da duração da partida;]

5) As partidas podem durar várias horas;

6) Há muita cobrança por parte dos pais, clubes, amigos, imprensa e principalmente dos patrocinadores;

7) E principalmente o jogador enfrenta um adversário real.

Segundo Weinberg (1988), o tênis é um esporte difícil do ponto de vista mental por diversos motivos. Entre eles, pode-se destacar que o tênis é uma prática que requer uma combinação precisa entre coordenação, tempo de bola, velocidade, tomada de decisão e habilidade.

Na realidade, foi descoberto que os jogadores realizam de 900 a 1000 tomadas de decisões, sendo que estas são feitas geralmente em menos de um segundo.

Um segundo aspecto que se deve tomar em conta é a parte biomecânica do esporte, ou seja, se o ângulo da raquete no momento do impacto com a bola, variar de alguns graus, o resultado pode ser uma bola na rede ou fora dos limites da quadra.

Um terceiro ponto que tem grande relevância é o tempo morto, ou seja, os momentos entre os pontos e durante as trocas de lados. Como o tempo real de jogo é aproximadamente um terço do tempo total da partida, durante esse tempo morto o jogador pode concentrar-se, planejar o que pretende fazer, raciocinar de maneira positiva ou negativa e, neste instante, pode aparecer a ansiedade, as distrações e preocupações que podem produzir erros mentais e por conseqüência erros técnicos na execução dos gestos.

Parada nas trocas de lado servem para o tenista se concentrar.

Além disso, para a comunidade científica, o sucesso ou o fracasso estão ligados a uma combinação de habilidades físicas tais como: força, velocidade, coordenação e flexibilidade e habilidades mentais como: concentração, confiança e motivação principalmente.

Geralmente, o aspecto psicológico é pouco ou nada treinado com jogadores infanto-juvenis, por falta de domínio desta área pelos técnicos, por falta de tempo, por falta de um psicólogo especilista em tênis trabalhando com a equipe, por falta de dinheiro ou pela falsa crença de alguns profissionais que o controle das emoções e a força mental é inata (personalidade) ou é adquirida através de expriência em competições.

Conclusão: é de grande importância que os treinadores e jogadores entendam que a preparação psicológica é um treinamento igual à preparação física, ou seja, deve ser treinada regularmente, planejada, de forma específica para o tênis e de acordo com as características de cada tenista.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abes, L. O. (1999). A ansiedade em tenistas de alto nível durante o jogo. Monografia de conclusão de curso de Educação Física. Universidade Federal de Santa Catarina.
Loehr, J. (1990). El juego Mental. Madrid : Tutor.
Weinberg, R.S. (1988) The Mental Advantage. Champaign, USA : Leisure Press.

------------------------------------------------------------------------------------------------- QUEM É LAURENT OLIVIER ABES?
Laurent é professor de tênis há 12 anos, sendo licenciado em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestre em Psicologia pela UFSC, membro do Núcleo de Estudos em Tênis de Campo (NETEC) da UFSC; e membro do Laboratório de Neurociências do Esporte e Exercício (LANESPE) da UFSC. Atualmente trabalha com aulas e treinamento em Florianópolis, Santa Catarina. É colunista do site Tênis Brasil e ministra palestras e clínicas de treinamento mental para o tênis em todo o Brasil

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito boa essa matéria, em um jogo bem equilibrado o mental tenis pode fazer toda a diferença. Aliás parabems pelo blog está d+++!