Muitos jogadores e treinadores falam que o tênis é um esporte mental. O jogador ex-número do 1 do mundo Jimmy Connors relata que, na sua opinião, o tênis é 95% mental. Mas, o que os especialistas de psicologia do esporte pensam disso?
Roddick e Connors: treinador acredita que tênis é 95% mental.
De acordo com Loehr (1990), cada esporte tem uma série de características mentais e físicas peculiares. Ele afirma que o tênis é um dos esportes mais difíceis de ser praticado, desde uma perspectiva emocional. Ele cita diversas razões pelas quais este esporte provoca tensões:
1) A partida é individual;
2) Não se pode pedir tempo;
3) O treinador não pode dar instruções, exceto em competições da Copa Davis;
4) O sistema de pontuação é independente da duração da partida;]
5) As partidas podem durar várias horas;
6) Há muita cobrança por parte dos pais, clubes, amigos, imprensa e principalmente dos patrocinadores;
7) E principalmente o jogador enfrenta um adversário real.
Segundo Weinberg (1988), o tênis é um esporte difícil do ponto de vista mental por diversos motivos. Entre eles, pode-se destacar que o tênis é uma prática que requer uma combinação precisa entre coordenação, tempo de bola, velocidade, tomada de decisão e habilidade.
Na realidade, foi descoberto que os jogadores realizam de 900 a 1000 tomadas de decisões, sendo que estas são feitas geralmente em menos de um segundo.
Um segundo aspecto que se deve tomar em conta é a parte biomecânica do esporte, ou seja, se o ângulo da raquete no momento do impacto com a bola, variar de alguns graus, o resultado pode ser uma bola na rede ou fora dos limites da quadra.
Um terceiro ponto que tem grande relevância é o tempo morto, ou seja, os momentos entre os pontos e durante as trocas de lados. Como o tempo real de jogo é aproximadamente um terço do tempo total da partida, durante esse tempo morto o jogador pode concentrar-se, planejar o que pretende fazer, raciocinar de maneira positiva ou negativa e, neste instante, pode aparecer a ansiedade, as distrações e preocupações que podem produzir erros mentais e por conseqüência erros técnicos na execução dos gestos.
Parada nas trocas de lado servem para o tenista se concentrar.
Além disso, para a comunidade científica, o sucesso ou o fracasso estão ligados a uma combinação de habilidades físicas tais como: força, velocidade, coordenação e flexibilidade e habilidades mentais como: concentração, confiança e motivação principalmente.
Geralmente, o aspecto psicológico é pouco ou nada treinado com jogadores infanto-juvenis, por falta de domínio desta área pelos técnicos, por falta de tempo, por falta de um psicólogo especilista em tênis trabalhando com a equipe, por falta de dinheiro ou pela falsa crença de alguns profissionais que o controle das emoções e a força mental é inata (personalidade) ou é adquirida através de expriência em competições.
Conclusão: é de grande importância que os treinadores e jogadores entendam que a preparação psicológica é um treinamento igual à preparação física, ou seja, deve ser treinada regularmente, planejada, de forma específica para o tênis e de acordo com as características de cada tenista.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Abes, L. O. (1999). A ansiedade em tenistas de alto nível durante o jogo. Monografia de conclusão de curso de Educação Física. Universidade Federal de Santa Catarina.
Loehr, J. (1990). El juego Mental. Madrid : Tutor.
Weinberg, R.S. (1988) The Mental Advantage. Champaign, USA : Leisure Press.
Um comentário:
Muito boa essa matéria, em um jogo bem equilibrado o mental tenis pode fazer toda a diferença. Aliás parabems pelo blog está d+++!
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